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A Importância do Aconselhamento Genético do Câncer

O Aconselhamento Genético dedicado ao câncer é uma atividade desenvolvida por profissionais que atuam na Oncogenética, treinados na avaliação clínica das síndromes de predisposição hereditária ao câncer, nos princípios e práticas do teste genético e nas implicações do resultado da avaliação molecular para o paciente e seus familiares. 

O Aconselhamento Genético é dividido em duas etapas: 

  1. Aconselhamento Genético pré-teste: nesta etapa é realizada uma avaliação do histórico de câncer do paciente e de seus familiares com a construção do heredograma (árvore genealógica) de pelo menos 3 gerações. É também realizada uma avaliação de risco para as síndromes de câncer hereditário, e definida a necessidade de testes moleculares (testes genéticos). Nos casos em que o teste genético é recomendado, são esclarecidos alguns aspectos técnicos e as possíveis implicações dos resultados;
  2. Aconselhamento Genético pós-teste: é uma etapa dedicada à interpretação do teste genético e à definição das estratégias de cuidado considerando fatores individuais, a alteração genética (o gene alterado) e o cenário específico de cada paciente, com medidas que vão desde protocolos de redução de risco a tratamentos oncológicos direcionados (terapias-alvo). Também envolve, caso sejam identificadas alterações genéticas, o recrutamento planejado de familiares, para que o benefício do diagnóstico possa ser ampliado para outros membros da família. 

Desta forma, o Aconselhamento Genético maximiza os benefícios da investigação molecular, minimiza seus riscos e inclui na zona de cuidado não apenas o paciente oncológico mas também os familiares com alto risco de desenvolver câncer.

O grande desafio em todo o mundo, inclusive no Brasil, é o acesso. Em nosso país, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não contempla nem Aconselhamento Genético nem teste molecular fora de protocolos de pesquisa clínica. Na Saúde Suplementar Brasileira, onde os testes genéticos já foram incorporados, a dificuldade é principalmente no acesso ao próprio Aconselhamento Genético. Além da distribuição geográfica heterogênea dos centros de assistência, há uma desproporção progressiva entre indivíduos com critérios para avaliação molecular e a disponibilidade de profissionais adequadamente treinados na área. A ReBraCH, em seus objetivos institucionais de educação e políticas de saúde, fará todo esforço para contribuir com a equidade no acesso à Oncogenética na população brasileira.